quinta-feira, novembro 24, 2011



E cai de mansinho... como caem as arvores!
É assim que se cai, de mansinho, ao de leve e quando menos se espera. Os sentimentos, as tristezas, as alegrias, as dores, as memórias, as gargalhadas e todos os outros momentos ficam eternizados, no meu pequeno mundo, nas minhas pequenas memórias.
Se mereço? Sei que sim, porque nada acontece por acaso, o destino não está escrito, escreve-se e eu palavreio o meu, tal como desenho este espaço estrelado!
A minha frente tenho um deserto, vazio, quente, incerto. Um destino. Uma certeza... que algo nos espera. O destino.
O tempo é meu inimigo, não era, mas começa a sê-lo. O destino pergunta-me que horas são, todos os dias, todas as horas, todos os minutos. Questiona-me sem saber porque o faz, mas eu sei, para me dar o olhar perdido em anos de escuridão, para me dar o alento que já não sei o que é, conquistar o regaço, perder esta inocência, encontrar um novo luar, uma nova estrela para boleia apanhar...
O destino... é palavreado por mim, por cada linha que traço, por cada sorriso que esboço, por mim... por alguém!

O deserto do Principezinho
Janete Marques Gameiro
24 de Novembro de 2011

quarta-feira, novembro 09, 2011



Luas e luares

A horas de mais um espectáculo cheio, começo a sentir os seus efeitos, os instintos da sua imensidão.
Tal como o Sol, que todos os dias nasce para o quem quer receber, também ela, a imponente, Lua, o faz. Discreta, desliza na escuridão, tentando esconder-se em vão entre as estrelas. Desfila, numa passerele conhecida, um trajecto habitual, brilha como se amanhã não houvesse e sente o aconchego de cada estrela que lhe toca.
Ontem houve luar, brilhante, intenso, quente, sem moral, sem pudor e sem vergonha. Brilhou mais uma vez, fazendo-se notar por detrás das nuvens que teimavam em marcar a noite. Não saiu vitoriosa desta batalha estrelar, durante a noite manteve-se brilhantemente escondida, aplaudindo a dança de raios e trovões que pintaram os céus. Apesar desta derrota, hoje está lá outra vez, com o esplendor de quase cheia. Olho-a e desejo-a só para mim, troco-lhe palavras, ofereço-lhe sorrisos e natas, sussurro-lhe segredos de Nicola e conto-lhe momentos que recordo por nunca terem acontecido.
Ontem houve luar, hoje também... muitos mais virão e tão ou mais belos do que estes! Estarei onde estiverem, sorrirei quando fôr preciso e destaparei as nuvens para que se mostre ao mundo assim como ela é... imponente, única e inspiração das mentes mais urbanas e das almas sonhadoras.
Gabo-lhe a capacidade de nascer todas as noites e nunca se negar a fazê-lo. Brilha com o frio, com a chuva ou com o calor, fazendo-me companhia e despertando em mim os sentimentos que em ti deverão acreditar...
Ontem houve luar... hj também... amanhã certamente não me vai falhar!

A eterna lua
09 de Novembro de 2011
Janete Marques Gameiro