sábado, maio 28, 2011




O mar e eu...
Parece que nos fundimos, parece que dele faço parte, mas apenas parece e nada mais. Sinto que a ele pertenço, pois só nele me sinto bem,outro oceano. Com ou sem força ele mostra que é imponente, apesar das suas margens consegue galgar montes e vales e inundar todos os sentimentos e instintos. Sei que dele faço parte, também provoco sentimentos e instintos incontroláveis... é que dizem... e eu acredito!
A força dele não se une à minha, elas debatem-se como se uma guerra se tratasse. Não é bom... podia ser mas não é! Faz-me sentir uma gota do oceano, faz-me sentir vulgar. Queria ser uma onda do teu mar, mas não consigo, és forte demais para mim. Todos os dias a minha liquidez se perde, todos os dias o sonho se transforma numa utopia, todos os dias, todos os momentos, tudo se começa a eternizar e a desaparecer que nem areia entre mãos.
O sentido perde o juízo, a razão a existência e o nada ganha vida esboçando as linhas do meu fado. Não me sinto, cada momento, pareço onda abandonada em areal esquecido do que já foi um paraíso. Ali fico, a mergulhar entre os grãos de areia, a desaparecer entre a terra, para ganhar forma de nada. E ganho... forma de nada, forma de algo que ninguém sabe definir. A natureza dar-me-á o seu rumo... até que alguém venha a esta praia e lá me recolha...

Praia da Figueira da Foz, foto de Dez. 2008
Palavras de hoje, 28 Maio 2011

Janete Marques Gameiro