terça-feira, janeiro 19, 2010



Algo mágico...
É um sentimento que me sopra, que me faz sentir raio de sol persistente em nuvem negra como o breu... danço como que sozinha estivesse, estou acompanhada por outras, mas só me sinto! Gosto de a ouvir dar-me "jaleos", quando pega nas duras castanholas e me faz dançar, soltando e fundindo os dois "eu's" separados nas manhãs.
Gosto do toque que a saia me faz, do som que os sapatos soltam quando atacam o chão, é a música, são as palmas, os "olés", os sons imitados dos "tablados de Sevilha" e outros sentimentos que me puxam e fazem-me sentir um ser escondido durante o dia.
Amo o sentimento, a vida que me puxa e me dá vontade e força para continuar na luta robótica.
Fala-se de Amor, ódio e morte, fala-se de sentimentos ambíguos e reais, fala-se do que rodeia quem ignora, fala-se de noite e de luar, de pureza e seres naturais... o sangue corre nas veias a velocidade estonteante, que deslumbra os corpos e transmite a energia que me faz sentir...
Amo esta consciência íntima, este estar de alma... simplesmente amo...

Cruz de Pau, 19 de Janeiro de 2010
Janete M. Gameiro

segunda-feira, janeiro 04, 2010



Palavras...

Estas foram escritas pelo Marquês, aquele que guarda o centro de Lisboa, o mesmo que a reconstruiu depois do fatídico dia 1 de Novembro de 1755... Escreveu muitos registos, que na história ficam para sempre. Herói para uns... menos para outros... certeza de que a sua recordação é para sempre!

Não sonho um dia ser recordada de tal forma, sonho sim ser recordada enquanto sou. Receio o esquecimento, a solidão obrigada. Gosto de me refugiar nas palavras e nas imagens, escrever-me e pintar-me de adjectivos que temo mostrar. Sou noite escura como breu, com Lua cheia ansiosa por descobrir quem se esconde no escuro. Sou escuro fugindo da luz, mas estrela que persegue nuvem. Palavras em livro fechado.
Sou onde estou, com quem nunca quis estar, mas tenho que permanecer, por Amor e Glória, tal como o Marquês...

Janete Marques Gameiro
4 de Janeiro de 2010
Casal da Mouca, Pombal