sábado, outubro 13, 2012

Saudade e tristeza
Há dias assim em que um misto de sentimento me abate, ajudado por palavras que saém da boca de quem mais gostamos. Porque somos perfeitos e nos sentimos que nem estrada esburacada? É como se arrancassem os pregos que em mim espetaram e agora mos tirassem, sem dó, deixando um buraco imenso, mas tão profundo que nele caio e não consigo sair, um poço sem uma gota de água em que tento trepar pelas suas paredes e estas me escorregam pelos dedos. Há dias assim, que são quase todos. E quando a pessoa que mais gostamos, nos tenta tirar desse poço e não consegue, provocando em nós o sentimento contrário, colocando mais musgo nas paredes do poço, cavando o buraco mais fundo. São intenções invejosas, cujo mundo só roda num sentido. Não são intenções bonitas, que me fazem abraçar, só me criam mais certezas de que quero fugir, são vontades que não são minhas, uma inveja que ignora o meu sentimento, uma atitude de outro, uma vontade alheia. Sinto que não tenho vontades, opiniões, que sou uma marioneta sem palco. Sim, uma boneca pendurada em cinco cordas, que busca um palco para se apresentar. Fazem-me actuar em palcos alheios, estranhos ao meu ser, piso que não quero pisar, chão que me afunda. Sim, porque há dias assim... que têm sido quase todos. Foto: Soledad y tristeza (by google) Quando: 13 de Outubro de 2012 Quem: Mais uma vez, eu... e só eu!

terça-feira, outubro 09, 2012

O espírito da dança
Eis uma alma que dança, um bocado de ser que expulsa o movimento e o transforma numa flor, num pedaço delicado de sol. Ela move-se como se só estivesse, não vê quem eterniza os seus movimentos, não ouve o que está para além da música. Está sozinha e apenas só, voa entre as suas nuvens, transforma a tempestade em brisa e a escuridão em dia... Sabe o que a sua alma quer, sabe o que a sua mente entende e em cada passo que dá, em cada suspiro reinventa-se e cria um novo momento que eu eternizo... Entrega-se aos olhares, ao público que a adora, às palmas que aí vêm. Entrega-se às almas que a querem receber e aos hálitos frescos dos anjos. Confia-se aos ares que a sustentam, aos braços fortes das entidades que a dominam, pensa-se só, julga-se sozinha, mas com ela está uma imensidão de desejos, centenas de vozes que lhe sussuram em puro silêncio. E ela... ela dança, como se amanhã não houvesse, esquece-se do seu poder, esquece-se do que é... e apenas dança, como se tivesse 16, como se fosse adolescente fervilhando hormonas libertinas... Ela dança. Eu vejo. Eles desejam. Onde: Pombal Quando: 06 de Outubro de 2012 Quem: Mais um suspiro meu